🌿 A minha viagem até aqui
Desde cedo percebi que a alma humana me fascinava.
Passava horas a observar, a pensar sobre o que nos move, o que molda as nossas escolhas e o que desperta em nós o desejo de crescer.
Sempre acreditei que dentro de cada pessoa existe um universo inteiro — de emoções, memórias e possibilidades de transformação. Entre livros de filosofia e longas reflexões, fui descobrindo que compreender o ser humano era mais do que uma curiosidade: era o meu chamado.
Ser psicóloga sempre foi o meu norte, o sonho que me guiava silenciosamente mesmo quando a vida me pedia para seguir por outros caminhos. Durante a minha formação, chegou o momento em que o destino me convidou a viver uma outra aventura: ser mãe. E, como todas as viagens verdadeiras, essa também transformou o rumo.
A pausa que fiz não foi um desvio — foi um tempo de amadurecimento, de escuta e de amor. Foi ali que aprendi o valor da paciência, da entrega e da força silenciosa que existe em cuidar.
No fundo, eu sabia: o sonho não tinha adormecido. Apenas respirava, à espera do momento certo para renascer.
Anos depois, quando os meus filhos começaram a caminhar com os próprios pés, senti novamente o chamado da minha alma.
Voltei à faculdade com o coração cheio de coragem e, confesso, também com algum receio. A idade, as dúvidas e o tempo distante dos estudos sussurravam incertezas… mas a vontade de seguir foi mais forte.
Cada dia foi uma conquista. Cada passo, um lembrete de que o tempo não apaga os sonhos — apenas os prepara para florescer no momento certo.
E quando concluí a licenciatura e o mestrado, percebi que não estava apenas a realizar um objetivo antigo. Estava a reencontrar-me.
Hoje, vivo o propósito que sempre me guiou: acompanhar outras pessoas nas suas próprias jornadas de transformação.
Através da psicologia clínica e da hipnoterapia, crio um espaço onde o silêncio é escuta, onde o medo se transforma em força e onde cada pessoa pode reconectar-se com aquilo que é mais verdadeiro em si.
Acredito que todos temos dentro de nós o herói da nossa própria jornada. E, por vezes, basta alguém que caminhe ao nosso lado para nos ajudar a lembrar disso.

